Raquel se norteia pelo álbum ‘Recanto’ de Gal Costa ao arquitetar disco solo feito com produção de Moreno Veloso
31/05/2025
(Foto: Reprodução) Raquel regrava ‘Autotune autoerótico’, música composta por Caetano Veloso para Gal Costa (1945 – 2022), no primeiro álbum solo
Eduardo Pimenta / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Quatro anos após iniciar a carreira solo com single em que rebobinou com toque de funk uma rumba de Chico Buarque, Las muchachas de Copacabana (1985), Raquel Virgínia passa a se apresentar somente como Raquel e lança o primeiro álbum solo, Não incendiei a casa por milagre, às voltas com outra conexão com ícone da MPB.
Ao arquitetar o disco, lançado ontem, 30 de maio, a cantora e compositora – revelada na banda paulistana As Bahias e a Cozinha Mineira (2011 – 2021) – se inspirou em um dos álbuns mais cultuados da discografia de Gal Costa (1945 – 2022), Recanto (2011).
Raquel não somente convidou Moreno Veloso para orquestrar a produção musical do álbum na cidade do Rio de Janeiro (RJ), como regravou Autotune autoerótico (2011), uma das músicas inéditas compostas por Caetano Veloso para o disco que idealizou para Gal e que produziu com Moreno.
“Nós optamos por fazer um rock sujo, moderno, urbano e bossa-novista, tal qual o feito em Recanto”, conta Raquel, que gravou o álbum com os toques dos músicos Bruno Di Lullo (baixo) e Domenico Lancellotti (bateria), ambos presentes na banda de Recanto (o disco solo de Raquel também tem a guitarra de Pedro Sá e as bases eletrônicas de Eduardo Manso).
Se o álbum de Gal norteou a musicalidade do disco solo de Raquel, o título Não incendiei a casa por milagre e a capa foram inspirados pela obra do cineasta Pedro Almodóvar. O nome do álbum reproduz frase do recente livro de contos do artista espanhol, O último sonho (2023).
Além da composição de Caetano Veloso, Raquel também regrava música obscura da parceria de Rita Lee (1947 – 2023), Vidinha, lançada no último álbum de estúdio de Rita, Reza (2012).
Mas a maioria do repertório de Não incendiei a casa por milagre – situado na tênue fronteira entre álbum e EP por ter somente sete músicas e 28 minutos – é autoral. Raquel assina Ao vivo, Carne dos meus versos, Jogador de futebol, Monopólio e a música-título Não incendiei a casa por milagre.
Capa do álbum ‘Não incendiei a casa por milagre’, de Raquel Virgínia
Eduardo Pimenta / Divulgação