Rosa Passos ‘quebra tudo’ ao irmanar Caymmi, Djavan, Noel e Tom Jobim na sofisticação do show ‘Suíte brasileira’

  • 10/06/2025
(Foto: Reprodução)
Cantora reitera o requinte em apresentação feita na Casa UBC, no Rio, ao receber o troféu ‘Tradições’. Rosa Passos apresenta o show ‘Suíte brasileira’ na Casa UBC, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de ontem, 9 de junho Raphael Urias / Divulgação ♫ OPINIÃO SOBRE SHOW Título: Suíte brasileira Artista: Rosa Passos Data e local: 9 de junho de 2025 na Casa UBC (Rio de Janeiro, RJ) Cotação: ★ ★ ★ ★ ★ ♬ Quando elogia o talento de um músico, Rosa Passos costuma dizer que esse instrumentista “quebra tudo”. Tal louvação foi ouvida algumas vezes pelo privilegiado público de convidados que assistiu ao show Suíte brasileira, apresentado pela cantora, compositora e violonista baiana na noite de ontem, 9 de junho, na Casa UBC, novo espaço de shows da União Brasileira de Compositores, criado na sede da instituição na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Pois ontem quem quebrou tudo na Casa UBC foi a própria Rosa Passos, artista de som sofisticado, aplaudido no mundo inteiro. A apresentação foi festiva. Antes de iniciar o show com o samba Você já foi à Bahia? (Dorival Caymmi, 1941), a artista recebeu o troféu Tradições da diretoria da UBC, composta pelo diretor executivo e CEO Marcelo Castello Branco, a diretora presidente Paula Lima e a diretora Fernanda Takai, sendo que as cantoras participaram do show. Paula Lima se harmonizou com Rosa Passos na maciez do bolero Juras (1993). Fernanda Takai soprou a brisa que refresca o samba Dunas (1993). As duas composições são parcerias de Rosa Passos com o letrista Fernando de Oliveira, tendo sido lançado no álbum Festa (1993), um dos títulos mais cultuados da parcela autoral da discografia da artista. Como a obra fonográfica de Rosa também inclui songbooks de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), Ary Barroso (1903 – 1964), Djavan e Dorival Caymmi (1914 – 2008), músicas desses compositores pontuaram o roteiro da Suíte brasileira. As composições alheias foram entrelaçadas por Rosa Passos com temas autorais como Abajur lilás (Rosa Passos, Ivan Lins e Fernando de Oliveira, 1989) – música lançada em registro instrumental pelo grupo Mestiça Trindade e gravada pela autora com letra no álbum Pano pra manga (1996) – e Amanhã vai ser verão (2018), parceria de Rosa com Marcello Pizo que batizou o álbum lançado pela cantora há sete anos. Nesse território autoral, a cantora também reviveu Verão (Rosa Passos e Fernando de Oliveira, 1996) com Vanessa Moreno, outra dona do ritmo. Rosa Passos toca violão no show ‘Suíte brasileira’ Raphael Urias / Divulgação Em total sintonia com a super banda formada por músicos do naipe do violonista e guitarrista Lula Galvão, do baixista Jorge Helder, do pianista Marco Brito, do clarinetista Lucas Andrade e do baterista Celso de Almeida, Rosa Passos irmanou temas de Caymmi, Djavan , Noel Rosa (1910 – 1937) e Tom Jobim no requinte da Suíte brasileira. O samba-canção Último desejo (Noel Rosa, 1937) ressurgiu introspectivo e impressionista. Domando o ritmo, a cantora (re)marcou bem a cadência do samba Olhos verdes (Vicente Paiva, 1950) – sucesso de Dalva de Oliveira (1917 – 1972) reavivado por Gal Costa (1945 – 2022) em 1978 – e tomou posse de A ilha (Djavan, 1980), marcando território na cadência do samba-jazz-canção. Djavan, a propósito, foi compositor recorrente no roteiro, sendo exaltado no palco pela cantora, que contou ter recebido flores do compositor por conta da honraria da UBC. Na seara do compositor alagoano, cuja obra é pautada pelo ritmo inusual, Rosa Passos redividiu o samba Serrado (1978), mordeu Maçã (1987) com o voraz apetite rítmico, refinou Álibi (1978) e redesenhou Samurai (1982) no bis com a liberdade do jazz. Partindo quase sempre do samba, gênero que ditou o ritmo de músicas como Morena boca de ouro (Ary Barroso, 1941), Vestido de bolero (Dorival Caymmi, 1944) e Você vai ver (Antonio Carlos Jobim, 1980), Rosa Passos chegou ao jazz em rota de encantamento que embeveceu o público da Casa UBC. Aos 73 anos de vida e mais de 50 de caminhada profissional na música, iniciada em 1972 em festival de música universitária promovida por emissora de TV de Salvador (BA), a soteropolitana Rosa Maria Faria Passos saboreia o fato de estar transitando pelo Brasil com o show Suíte brasileira. Como a apresentação na Casa UBC referendou, o som da artista é luxo só! Por isso até cabe refazer a pergunta que Dorival Caymmi fez em 1941 em relação à Bahia e que foi ouvida no início da apresentação: você já foi a um show de Rosa Passos? Não?! Então vá! Rosa Passos (de rosa) recebe o troféu 'Tradições' da UBC, das mãos de Fernanda Takai (à esquerda), Paula Lima e Marcelo Castello Branco Raphael Urias / Divulgação Rosa Passos (à esquerda) e Paula Lima, que cantou o bolero 'Juras' no show da artista baiana na Casa UBC Raphael Urias / Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/06/10/rosa-passos-quebra-tudo-ao-irmanar-caymmi-djavan-noel-e-tom-jobim-na-sofisticacao-do-show-suite-brasileira.ghtml


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